Avaliação de Ciclo de Vida (ACV)
Uma leitora quer saber sobre o que é ACV? Em inglês Life Cycle Assessment (LCA) é um método utilizado para avaliar o impacto ambiental de bens e serviços. A análise do ciclo de vida de um produto, processo ou atividade é uma avaliação sistemática que quantifica os fluxos de energia e de materiais no ciclo de vida do produto. A Environmental Protection Agency (EPA), dos Estados Unidos), define a Avaliação de Ciclo de Vida como “uma ferramenta para avaliar, de forma holística, um produto ou uma atividade durante todo seu ciclo de vida”
As normas que fornecem os princípios e estruturas e alguns requisitos metodológicos para a condução de estudos de ACV são a ISO 14040:2006 – Environmental management – Life cycle assessment – Principles and framework e a ISO 14044:2006 – Environmental Management – Life cycle assesment – Requirements and guidelines. Em relação às várias fases da ACV, um fluxograma do processo pode ser construído, especificando todos os fluxos de material e energia e entram e saem do sistema.
O diagrama simplificado da figura abaixo mostra os principais estágios do ciclo de vida de um produto. O primeiro passo é a aquisição de matéria prima (extração de recursos naturais), o que pode incluir, por exemplo, o plantio de árvores ou a extração de petróleo, dependendo do produto estudado (1). No estágio seguinte a matéria prima é processada para obtenção dos materiais ou peças de, por exemplo, papel ou plástico. Estes materiais já processados são então transformados em produtos como copos descartáveis, objetos de plástico ou metal, no estágio de manufatura do produto (2). Depois destas etapas, ocorre a embalagem e o transporte, que podem ou não ser de responsabilidade do fabricante (3), o uso (4) e o descarte ou a reciclagem (5).
Portanto, a ACV propõe uma análise bastante complexa, com muitas variáveis. Por este motivo, há uma estrutura formal, dividida em etapas, para a realização de uma avaliação do ciclo de vida de um produto:
O grande problema no Brasil em utilizar a ACV relaciona-se com o grande consumo de tempo, recursos financeiros e humanos. Dependendo da profundidade do estudo que se pretende conduzir, a coleta de dados pode ainda ser dificultada por várias outras razões. A não disponibilidade de dados importantes pode afetar o resultado final do estudo e, por conseqüência, a sua confiabilidade.
Dessa forma, é importante uma avaliação criteriosa da relação custo-benefício para se atingir a qualidade desejada para o estudo, levando-se em consideração que tipo de dado deverá ser pesquisado, o custo e o tempo para sua coleta e os recursos disponíveis para a condução do estudo. Deve-se ter em mente que a ACV, por sua natureza, não é uma ferramenta capaz de medir qual produto ou processo é o mais eficiente tanto em relação ao custo quanto em relação a outros fatores, já que não mede, por exemplo, impactos reais ambientais, e sim impactos potenciais. Enfim, a ACV deve ser realizada em quatro fases:
Apesar de toda a orientação normativa, os estudos de ACV continuam a ser descrições imperfeitas do sistema de produção. Existe um potencial de incerteza relativa à qualidade dos dados e uma subjetividade pode estar presente desde o início dos estudos.
Fonte: Qualidade Online
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