Código de Ética: um bom começo!
Por: Prof. Oceano Zacharias
Toda empresa quer boas vendas, bom faturamento e elevada lucratividade — claro! A questão é o como. As organizações que crêem em relações duradouras com seus clientes sabem que seu sucesso está fortemente atrelado à qualidade do seu produto/serviço oferecido – entendendo qualidade no sentido amplo: qualidade do produto, prazos, pontualidade da entrega, atendimento a reclamações, assistência pós-venda, etc. Inclusive existem normas que auxiliam as organizações a atingirem esses objetivos: é o caso da ISO 9000 e o da ISO 10002 — que, se muito bem-implantadas, propiciam a melhoria da qualidade como também o aumento do faturamento.
Ocorre que há muitas empresas que mesmo tendo um bom produto para oferecer ao mercado, no entanto padecem por problemas e dificuldades de aspecto humano: vendedores desmotivados, departamento de projeto individualista, atendentes relapsos, funcionários não comprometidos, etc. Onde está o erro?
Quem sabe o erro começa lá na contratação malfeita, passa por ausência de treinamentos específicos e bem-fundamentados, e pode ir até a falta de uma estratégia de médio e de longo prazo; essa ausência de uma estratégia definida e formulada impede que seus profissionais captem sinais de segurança quanto aos seus futuros. Fica instituída, assim, uma discrepância entre o desejo da organização em ser perene com seus clientes e ter sucesso e, por outro lado, não evidenciar internamente (por não ter) uma estratégia de sustentabilidade. Essa situação é o que gera a incongruência em que vivem essas empresas. E aí, o que fazer? Milagre em gestão empresarial não existe! Portanto, tem de fazer a lição de casa.
Um bom começo é elaborar o Código de Ética da organização. Um código de ética contempla os temas e assuntos relativos ao modo de ser da empresa nos múltiplos aspectos humanos. Escrito sob a forma de um pequeno manual ou de uma cartilha, o código de ética abrange os seguintes tópicos:
Missão: um breve resumo sobre a razão de ser da organização;
Valores: crenças e verdades a serem privilegiadas, incluindo a ética;
Política de gestão de pessoas: compromissos que a empresa declara assumir voltados ao desenvolvimento dos seus funcionários;
Política da responsabilidade social: como a empresa está comprometida nas dimensões social, econômica e ambiental com ênfase na auto-sustentabilidade. A auto-sustentabilidade caracteriza-se por ações presentes que impactam positivamente o futuro. Cabe nesse tópico abordar também as posturas e os compromissos quanto à não discriminação, diversidade, mão-de-obra infantil, respeito e inclusive o cuidado na seleção de fornecedores aceitando apenas os que tenham esta mesma diretriz;
Política da qualidade: o que a empresa promete entregar aos seus clientes. Consideram-se não somente os aspectos da qualidade intrínseca do produto ou do serviço, mas também as características complementares: prazo, pontualidade, reclamação, modernidade, adequação tecnológica, garantia, etc.;
Práticas inaceitáveis: nesse tópico deixa-se explícito o que a empresa entende como inadmissível: assédio sexual, assédio moral, protecionismos diversos, conluio com fornecedores, recebimento de presentes e propinas de fornecedores, subornar compradores de clientes, intolerância a mentiras e fofocas, etc.
Para não errar na construção de um bom código de ética, tome alguns cuidados.
Inicia-se dessa forma uma jornada. Elaborar o Código de Ética pode ser um fim, mas é apenas o começo — um divisor de águas, uma linha que separa o futuro do passado. A partir dessa linha haverá uma nova e longa jornada, mas com certeza muito vitoriosa. Bom trabalho e muito sucesso!
Revista Banas Qualidade – Edição 184 – Especial da Qualidade – Setembro/2007
Revista Profissional e Negócios – Edição 111 – Agosto/2007
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