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O dia-a-dia do consultor
Por: Prof. Oceano Zacharias

1. Qual deve ser a formação de um consultor?

 

Totalmente alinhada com sua área de atuação.

 

2. Como está a oferta de trabalho para esse tipo de profissional?

 

A demanda está crescendo significativamente nestes últimos anos! Vale, no entanto, ressaltar que também o grau de exigência dos clientes tem sido maior – o que é extremamente benéfico, pois só o cliente quem tem o poder seletivo.

 

3. Quais são as principais qualificações para se tornar um bom consultor?

 

Um bom consultor em Gestão Empresarial deve ter:

 

Elevadíssimo domínio dos assuntos da sua área de atuação;

 

* Agucidade para detectar o que, onde e como propiciar ganhos e benefícios para o cliente;

 

* Habilidade para identificar “quem é quem” numa empresa;

 

* Sigilosidade a toda prova por qualquer informação dos seus clientes;

 

* Princípios rígidos de ética, honestidade e respeito profissional e pessoal; e

 

* Eficiência no gerenciamento do seu tempo e da sua agenda de trabalho.

 

4. Quanto tempo demora para um iniciante se estabilizar na carreira?

 

Havendo uma dedicação expressiva, deve levar em torno de dez anos.

 

5. Detalhe, cronologicamente, seu dia-a-dia como consultor.

 

Meu dia começa na noite anterior: é o momento de verificar os últimos e pequenos detalhes do que foi já foi planejado e elaborado, para alguns ajustes objetivando melhores resultados. Mesmo com planejamento, agendamento de horários e cronograma, sempre ocorrem mudanças de planos por necessidade de algum cliente. No início do dia, um café da manhã à base de frutas, torradas e chocolate gelado (com o jornal do dia ao lado); na saideira um capuccino. Durante o dia tenho duas ou três reuniões com clientes, em suas empresas ou no meu escritório – que oferece um ambiente propício para tratarmos de assuntos que exigem tranqüilidade ou privacidade. Uma boa parte do meu tempo livre é dedicada à leitura de assuntos da minha área de atuação publicados aqui e no exterior – não dá para ficar por fora!

 

6. Para ser consultor, é preciso ser um work holic (viciado em trabalho)?

 

Precisar, não precisa; mas dá para não ser? Durante as reuniões nas empresas, o consultor deve coordenar ou implantar os projetos já previamente preparados, e que já teve uma elevada carga de dedicação e de criatividade – que geralmente ocorre em momentos de estado mental alfa – concentração e em certos estágios do sono (por incrível que pareça, é aí que você está efetivamente produzindo para seu cliente). Gostar do que se faz é fundamental: as boas soluções nascem quando há conhecimento, dedicação e amor; aí então o sucesso passa a ser conseqüência.

 

7. É possível conciliar o trabalho como consultor e os compromissos com a família?

 

 É verdade que, esse profissional, muitas vezes, é obrigado a se abdicar das horas com seus filhos, sua esposa, para se dedicar ao trabalho? Sem dúvida, é possível o conciliamento com os compromisso familiares – mas não é tão simples! Como abandonar um cliente que está com um grande problema e que depende da sua orientação? Como sair tranqüilamente para jantar ou dançar sabendo que se nada fizer tantas pessoas perderão o emprego? Para isso, o profissional deve estar alinhado com a família, para ter o tão importante equilíbrio pessoal e profissional.

 

8. O que mais o incomoda como um consultor?

 

Os falsos consultores. São profissionais que perderam o emprego – inclusive vários bem qualificados – e que, procurando um novo emprego, até lá fazem trabalhos part times, e autodenominando-se indevidamente consultores. Primeiro: consultor não procura emprego. Segundo: alguns destes trabalhos são – com todo respeito – terceirizações ou empregos informais, mas que nada têm a haver com consultoria: consultoria é a transferência de conhecimento e de experiência para uma organização, enquanto que terceirizações ou empregos informais recebem orientações e diretrizes para execução de um determinado trabalho passível de gerenciamento pela empresa.

 

9. O que mais lhe fascina como um consultor?

 

A contínua evolução. É fascinante conhecer cada vez mais os assuntos pertinentes à minha área e, principalmente, colocá-los em prática. Complementa-me ainda mais quando percebo que, durante nosso trabalho, os gerentes, diretores e demais profissionais estão evoluindo e crescendo em conhecimento e prática, agregando valor ao seu dia-a-dia. Esta interatividade é extremamente benéfica para todos.

 

10. Quais são as principais dificuldades numa consultoria?

 

Ocorre em alguns casos uma postura reticente de certos profissionais que não têm interesse que o tema em questão se resolva – participam do clube “quanto menos controle, melhor”; como às vezes são antigos de casa, cria-se uma situação desconfortável. Uma outra dificuldade bastante comum é a do empresário que não tendo feito a “lição de casa” desde que fundou a empresa, acredita que todos os problemas que agora estão ocorrendo poderão ser resolvidos em três meses!

 

11. Como os clientes tratam esse tipo de profissional?

 

Ainda há um certo preconceito, uma desconfiança por parte dos empresários, diretores de empresa em relação a esse profissional? Claro. Primeiro porque trata-se de prestação de serviços e, como tal, não há como se ver antecipadamente o resultado. Segundo porque “gato escaldado tem medo de água fria”: experiências desastrosas do passado obviamente interferem no presente – por isso que o melhor é a indicação boca-a-boca. Terceiro (e o mais grave): certos empresários sendo profundos conhecedores técnicos dos seus negócios acham que também conhecem Gestão Empresarial – o que é um absurdo: cada macaco no seu galho. Não é porque sendo meu o meu corpo, saberia eu cuidar do meu ataque cardíaco!

 

12. Vale à pena ser consultor? Por quê?

 

Vale. É como salvar vidas no atacado. Quando eu ajudo uma empresa evoluir ou sair do buraco, eu sinto que estou garantindo a sobrevivência de centenas e centenas de pessoas. Trabalhar para o crescimento dos profissionais faz o crescimento das empresas, e assim o crescimento do nosso país – e eu participo disto.

 

13. Comentários finais. Contratar uma consultoria merece extremos cuidados.Deve-se:

 

solicitar indicações,

 

* pesquisar os históricos e relação de clientes ao longo dos anos,

 

* buscar evidências de sucessos,

 

* levantar informações junto à Receita Federal, Serasa, bancos, etc.,

 

* visitar o escritório,

 

* conhecer curriculum e tempo de casa dos seus profissionais, afinal, sua empresa é a garantia do seu futuro, de sua família e de seus funcionários – portanto merece uma escolha acertada.



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