A educação ambiental é uma importante ferramenta na gestão de uma empresa. Contudo, na prática, o que se vê é ela ser praticada fora de seus limites, geralmente nas escolas da sua área de influência, através da reciclagem ou sensibilização de professores para a questão ambiental. São ações realizadas, muitas vezes, fruto da pressão pelo poder público na figura dos órgãos de controle ambiental e são desprovidas de um planejamento estratégico onde todos os agentes envolvidos possam, com precisão, estabelecer objetivos e metas mensuráveis bem como indicadores que permitam aferir a eficácia deste tipo de programa.
Um Sistema de Gestão Ambiental bem sucedido exigirá mudanças nas atitudes, nos padrões de comportamento e na maneira de pensar por parte de todos os empregados . Para se obter este compromisso com a gestão ambiental é necessário que: os empregados tomem consciência das questões ambientais que a empresa está enfrentando e de que forma suas ações poderão influenciar o desempenho ambiental da empresa; os gerentes estejam conscientes da importância de um bom controle e de uma boa gestão ambiental; os gerentes e os empregados com responsabilidades ambientais tenham um conhecimento técnico detalhado para assegurar o atendimento às normas e exigências comerciais e legais.
Normalmente, educar é definido como a partilha do conhecimento com o propósito que o recebedor ou educando aplique este conhecimento na vida real como forma de progressão da humanidade, de modo a melhorar a sociedade através do desenvolvimento do ser humano. A educação ambiental é o campo da educação que trabalha a disseminação do conhecimento sobre o meio ambiente. Instituída pela Lei 9.795 de 1999 a educação ambiental é tratada como componente essencial e permanente da educação nacional. Este ramo da educação procura despertar nas pessoas a consciência que o ser humano é parte do meio ambiente. Trata-se de um processo participativo e constante para vincular um pensamento crítico sobre a problemática ambiental, englobando a sociedade através da sensibilização para problemas ambientais.
O artigo 1° da Lei 9.795 apresenta a educação ambiental como um “processo em que busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais”. O objetivo da educação ambiental é desenvolver a reflexão nas pessoas sobre as atitudes do ser humano sobre a questão ambiental: repensando conceitos, revendo comportamentos, revisando a responsabilidade que cada um tem frente aos problemas que a natureza vem enfrentando de modo que cada pessoa trabalhe a conservação do meio ambiente através de suas ações.
As empresas devem saber que envolver o empregado num ambiente consciente ambientalmente, é o mesmo que provocar o surgimento de consumidores reflexivos sobre o que realmente é importante em seus hábitos e consequentemente nos seus modos de consumo, cuja escolha de compra passa a ser por empresas que fazem a sua parte para diminuir os impactos ecológicos. Formar as pessoas em educação ambiental é uma pretensão para a busca de resolução dos problemas que a natureza afronta. E o educador tem a função de envolver as pessoas nas questões ambientais devendo, para isso, começar a fazer com que elas pensem nas suas vidas, no seu comportamento e nas relações com a natureza.
Enfim, a reflexão é o ponto de partida para um novo tratamento com o meio ambiente em que vivemos Hoje, se consome mais do que a natureza pode oferecer. Há produção de novas espécies de lixo que o meio ambiente não consegue tratar e se desperdiça mais água do que necessariamente dever-se-ia gastar. Reduzir a poluição através do uso racional de matéria prima, água e energia representam opções ambientais de bom senso.
No entanto, não basta pensar em reciclagem, ou mudar radicalmente as ações das pessoas, mas sim recuperar atitudes antigas com nova roupagem e acima de tudo, com a importância necessária merecida. Uma ferramenta que pode ser usada é o endomarketing o uso de ações de marketing voltadas aos empregados, como forma de integrá-los aos anseios da empresa, utilizando para isto a comunicação interna, incentivos subjetivos, autonomia de aplicação de criatividade, responsabilidade compartilhada e, sobretudo, adesão através do comprometimento do profissional.
Algumas ações pequenas como separar o lixo ao jogá-lo fora, diminuir o desperdício de papel no escritório, apagar a luz ao sair de uma sala, ou ainda fechar a torneira completamente ao ir no banheiro, são comportamentos que devem ser cultivados e que necessariamente serão fortalecidos pelo uso de uma comunicação interna bem desenvolvida. Neste quesito o endomarketing preocupa-se em garantir clareza e conformidade das informações divulgadas, além disto a integração da empresa para uma comoção geral dos empregados.
O endomarketing facilitará o processo de conscientização a partir da aplicação de ações como: avaliação e identificação de problemas ambientais em todas as áreas da empresa; o engajamento das lideranças pelo exemplo necessário às campanhas de movimento ambientalista; consciência dos valores ambientais no cerne da cultura organizacional e não como um modismo passageiro; a promoção da participação dos funcionários através da contribuição de ideias que a empresa possa aplicar no contexto de meio ambiente; tornar a educação ambiental campo a ser abordado desde as ambientações direcionadas aos novos empregados.
O endomarketing enfatiza a importância da visão que os empregados tem da empresa e do caráter de dever que a mesma possui sobre a responsabilidade de disseminar uma atuação mais humanitária, social, ambiental e, sobretudo realista, é o ponto de partida para poder identificar o quão os empregados estão abertos a novos conceitos e até a forma de como lançá-los para que a finalidade seja alcançada: a adesão dos empregados às campanhas ambientais.
Assim, um Programa de Educação Ambiental tem que ser um conjunto de atividades sistematizadas e com a participação ativa dos diversos setores da empresa e que auxiliem na elaboração de indicadores ambientais e operacionais que demonstrem não só os benefícios de um da educação ambiental como também do próprio Sistema de Gestão Ambiental. Somente desta maneira pode-se ter a educação ambiental realmente como uma ferramenta fundamental do Sistema de Gestão Ambiental e não como um programa isolado de causa nobre, mas distanciado da realidade operacional e ambiental da empresa e sempre passível de ser o primeiro item a ser cortado em revisões de orçamento
Fonte: Qualidade Online